Em 2020 a alta foi de 9,24%, mais do que o dobro da inflação registrada do ano inteiro
A população brasileira já percebeu que o preço médio do botijão do gás de cozinha (GLP, o gás liquefeito de petróleo) não para de subir, só que a maioria não entende o porquê disso estar acontecendo com tamanha frequência.
Em janeiro, o botijão de 13 quilos estava sendo negociado, na média, a R$ 75,77. Atualmente, em alguns estados, o preço já atingiu R% 105,00, como no caso de Mato Grosso.
De acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), em 2020 o aumento no país foi de 9,24%, mais do que o dobro da inflação oficial (4,52%).
Política de preços de 2019
Acontece que desde 2019 a Petrobras adota a política de preços sem periodicidade definida da mesma forma que faz com os preços da gasolina e do diesel. Ou seja, a empresa pode mudar os preços de acordo com a variação do mercado, em dólar.
Antes dessa nova política, o preço do GPL era revisto a cada três meses, considerando uma média de cotações dos últimos 12 meses.
Em janeiro, a Petrobras anunciou o primeiro reajuste do ano (R$ 6,00), vendendo o GPL para as refinarias por R$ 35,98. Esse valor pode ou não ser repassado para o consumidor final, mas repassar é a tendência.
O barril de petróleo é cotado em dólar
Em 2020, o dólar disparou quase 30%. Só em 2021, a alta acumulada ultrapassou os 5%.
Segue a linha de raciocínio: o gás é produzido a partir do petróleo, ele por sua vez tem valor definido pelo mercado internacional (em dólar). Quanto mais o real se desvalorizar perante a moeda americana, maior será o preço para o brasileiro.
O preço do barril de petróleo desabou no início de 2020, por causa da pandemia e das medidas de distanciamento social tomadas pelos países. Mas agora, com a reabertura das economias, os preços voltaram a subir.
Fonte: Uol Economia ()
Imagem: Revista Veja