Levantamento foi feito pela XP Asset Management e apontou discrepâncias nas informações divulgadas
Segundo o estudo, um dos fatores determinantes para que essa diferença pudesse acontecer foram as alterações que a pandemia trouxe nos processos de entrevista.
Isso impactou os dados de mercado oficiais, subestimando a recuperação e mostrando não apenas uma taxa de desemprego maior do que ela é de fato, mas também uma estimativa de renda abaixo dos valores reais.
Dessa forma, segundo o levantamento, as bases para a retomada da economia desse ano podem estar maiores do mostram as estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mesmo sem o auxílio emergencial.
Análise dos indicadores
O principal indicador levado em consideração pelo levantamento foi a Pnad Continuada, feita pelo IBGE, que calcula a taxa oficial de desemprego e estima a quantidade de todos os trabalhadores existentes no país.
O outro indicador consultado foi o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged, que é coordenado pela Secretaria Especial do Trabalho e faz o acompanhamento da evolução dos empregos com carteira assinada.
O diretor da Brasil Price, Ronaldo Dias, lembra que, quanto aos números efetivos de empregados e desempregados no Brasil, “os dados do Caged partem dos escritórios de contabilidade e das grandes empresas, baseado no dia a dia das empresas, contratações e rescisões mensais calculadas, sendo, portanto, um número inequívoco”.
Com a pandemia, o IBGE passou a realizar suas entrevistas sobre mercado de trabalho por telefone, já o Caged utiliza as bases de registros fornecidas pelas empresas ao Ministério da Economia.
Os dados
De acordo com o levantamento, se a pesquisa do IBGE tivesse continuado a acompanhar a tendência do Caged, a taxa de desemprego seria de 13,8%, ao invés dos 14,3% divulgados.
Já o número total de empregados com carteira assinada no país seria de 34,5 milhões, ao invés dos 31 milhões e a massa salarial, que é a soma dos ganhos mensais de todos os trabalhadores no país, seria de R$ 216 bilhões e não os R$ 208 bilhões divulgados pelo IBGE.
Há de se lembrar que o Caged, em outubro, registrou 395 mil novas vagas com carteira assinada no país, melhor mês desde 1992, segundo o Ministério da Economia.
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Imagem: https://www.jav.inf.br/