Nos artigos de perfumaria, por exemplo, a “penalidade” tributária é tão grande que o consumidor acaba pagando quatro produtos e levando somente um
Organizado pelo curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário ITPAC, e com o apoio do Observatório Social do Brasil – OBS, o Feirão do Imposto movimentou acadêmicos e comerciantes para mostrar à sociedade algo que já é sabido, mas pouco lembrado de verdade: o imenso peso dos impostos sobre os produtos que consumimos no dia a dia.
Mais de 80 empresas presentes no evento expuseram 120 produtos, tanto para conferência de impostos quanto para venda.
O coordenador do curso de Ciências Contábeis, professor Giovani Pereira, explicou que o propósito do Feirão é conscientizar a população de quanto que se paga em impostos e fazer um comparativo com o que existe de contrapartida dos poderes públicos.
“Com o tema Chega de Mão grande, queremos alertar a população sobre o quanto pagamos e não temos retorno, graças ao ralo da corrupção”, explicou o organizador.
Exemplos
Nos artigos de perfumaria, por exemplo, a “penalidade” tributária é tão grande que o consumidor acaba pagando quatro produtos e levando somente um. É o caso de um batom, que dos R$ 49,90 de valor, R$ 34,70 é só em imposto, ou seja, 70% do valor do produto.
Dentro dos produtos com maior valor incidência de imposto, os automóveis são os recordistas: de R$ 50 mil, R$ 20 mil vão parar nas mãos do governo.
Indignação diária
Para o presidente do Observatório Social do Brasil de Araguaína, Ronaldo Dias, é preocupante e apatia de muitas pessoas diante deste cenário de quase extorsão do salário dos trabalhadores. “Todos os dias precisamos nos indignar contra a ‘mão grande’ dos governos, principalmente porque o retorno é totalmente desproporcional ao que é pago. Há impostos inaceitáveis sobre bens de consumo de massa, o que desestimula a indústria”, pontuou Ronaldo.
Acadêmicos em Ação
A acadêmica do 3° período de Ciências Contábeis, Katiuce Ribeiro, lembrou que, ao alertar o cidadão sobre a incidência de tributos, a expectativa é que isso crie nele o senso crítico de tentar descobrir para onde vai todo esse dinheiro. “O cidadão precisa correr atrás dos seus direitos e saber exatamente como o dinheiro pago por ele em impostos é aplicado de volta”, explicou.
Fotos: João Neto